terça-feira, 15 de abril de 2014
A semana santa
A
semana santa
As festas cristãs são tão
antigas quanto à própria humanidade. As festas são celebrações de
acontecimentos que são recordados e atualizados pelos fiéis num clima de ação
de graças e louvor. As festas são assim fatos cultuais, pois o ser humano
religioso inclui um agradecimento ao Criador do mundo em que reside o motivo
concreto dessa celebração.
Os
cristãos possuem uma profunda ligação com o povo judeu e com sua religião.
Conheceram muitas festas comemorativas das ações salvíficas de Deus em favor de
seu povo. O acontecimento de Jesus Cristo veio dar sentido novo a diversas
festas judaicas, dando um caráter soteriológico a muitas celebrações que
ganharam um sentido próprio para os cristãos.
Podemos comparar que o ano
litúrgico como se fosse um coração que irriga sangue a todas as células. O ano
Litúrgico desenvolveu dessa forma a partir de uma experiência central do
cristianismo como se fosse um coração; o fato da paixão e morte de Jesus
Cristo.
O ano litúrgico surgiu do
Mistério pascal e se tornou uma grande e frondosa árvore com muitos galhos,
ramos e folhas. Sempre nasce do encontro da comunidade com o Senhor
Ressuscitado, que é recordado, atualizado e vivido nos momentos da vida. O
Mistério Pascal é, pois, o centro e a fonte do ano litúrgico.
O que é a semana santa?
O
Mistério Pascal é considerado o fato primordial da nossa fé e o centro de todas
as celebrações litúrgicas cristãs. Percebendo os dias da celebração da paixão,
morte e ressurreição de Jesus, percebemos que são núcleo das celebrações e
constituem parte da semana santa.
Sabemos bem que durante a
Semana Santa, a Igreja celebra os mistérios da reconciliação, realizada pelo
Senhor Jesus nos últimos dias da sua vida, começando por sua entrada messiânica
em Jerusalém.
O tempo da Quaresma se
prolonga até a Quinta-feira da Semana Santa. A Missa Vespertina da Ceia do
Senhor é a grande introdução ao santo Tríduo Pascal. O Tríduo Pascal tem início
na Sexta-feira da Paixão, prossegue com o Sábado de Aleluia, e chega ao ápice
na Vigília Pascal terminando com as Vésperas do Domingo da Ressurreição.
Origem
da semana Santa
Ao
lado do domingo desde muito cedo na História da Igreja surgiu um dia de
comemoração da Páscoa de Jesus.
Como
surgiu a celebração da Páscoa do Senhor e toda a preparação que envolve?
O Concílio Ecumênico de
Nicéia, em 325, colocou fim às disputas sobre a data da Páscoa, prescrevendo
que deveria ser celebrada no domingo depois da primeira lua cheia da primavera.
Essa determinação evitou que a Páscoa fosse celebrada no mesmo dia da Páscoa
judaica.
No
Brasil a Páscoa é celebrada na primeira lua cheia do outono, então nesse ano
cairá no dia 20 de abril.
A
liturgia do Tríduo Sacro constitui assim, o núcleo da celebração do Mistério
pascal e que, posteriormente, com o Domingo Ramos e os três dias que o seguem,
vão constituir, o que chamamos hoje de Semana
Santa.
A
teologia da semana santa
A
tradição do povo quis recordar os últimos acontecimentos históricos de Jesus de
Nazaré. Não se trata apenas de recordar fatos passados, mas de um memorial que
deve ser atualizado pelos fiéis.
Domingo
de Ramos
O
Domingo de Ramos é o início da Semana Santa. Nesse dia comemoramos a entrada de
Jesus em Jerusalém. Os quatro evangelhos narram, esse episódio: Mt 21,1-11; Mc
11, 1-11; Lc 19, 28-38; Jo 12,12-16.
A celebração do Domingo de
Ramos nos dias de hoje é realizada no quinto domingo da Quaresma antes da
Páscoa: chama-se agora Domenica in Palmis de Passione Domini. (Domingo de Ramos da Paixão do Senhor).
A reforma do Vaticano II,
prevê três formas de celebrar a entrada de Jesus em Jerusalém:
a)
A primeira consiste numa procissão que vem de
fora e tem como ponto de partida um lugar de encontro dos fiéis, fora da
Igreja. Se inicia com um canto chamado: Hosana
ao Filho de Davi. O celebrante saúda os presentes sobre o que se recorda e
se quer atualizar hoje. Há a proclamação do Evangelho que conta a entrada de
Jesus em Jerusalém e se inicia a procissão para dentro da Igreja. O sacerdote
usa paramentos de cor vermelha e não mais rocha.
b)
A segunda consiste no cenário da própria
Igreja. Há uma entrada solene os fiéis estão reunidos dentro da porta da
Igreja, levando nas mãos ramos de palmeira e de oliveira, benzem-se os ramos e
se proclama o Evangelho. Tudo se faz num local apropriado onde o celebrante
após esse momento se dirige até a cadeira.
c)
A terceira forma é mais simples e se traduz
num canto que comemora a entrada de Jesus em Jerusalém. Onde não é realizada a
procissão ou a entrada solene seja feita a celebração da Palavra.
Segunda,
Terça e Quarta-feira Santas
A celebração da segunda-feira e terça-feira da
semana Santa tiveram um formulário conforme o Sacramentário Gelasiano.
O
Ciclo anual
Através do ciclo anual a Igreja comemora todo
o Mistério de Cristo, da encarnação ao dia de Pentecostes e à espera da vinda
do Senhor.
O
Tríduo Pascal
Como o Cristo realizou a obra da redenção
humana e da perfeita glorificação e Deus pelo seu Mistério pascal, quando
morrendo destruiu a nossa morte e ressuscitando renovou a vida, o sagrado Tríduo
pascal da paixão e Ressurreição do Senhor resplandece como o ápice de todo o
ano litúrgico. Portanto, a solenidade da Páscoa goza no ano litúrgico a mesma
culminância do domingo em relação à semana.
O Tríduo pascal da Paixão e Ressurreição do
Senhor começa com a Missa vespertina na Ceia do Senhor, possui o seu centro na
Vigília Pascal e encerra-se com as Vésperas do domingo da Ressurreição.
Na Sexta-feira da Paixão do Senhor,
observe-se por toda a parte o sagrado jejum pascal. E, onde for oportuno,
também no Sábado Santo até a Vigília Pascal.
A Vigília Pascal, na noite santa em que o
Senhor ressuscitou, seja considerada “a mãe de todas as santas vigílias”, na
qual a Igreja espera, velando, a Ressurreição de Cristo, e a celebra nos
sacramentos. Portanto, toda a celebração desta sagrada Vigília deve realizar-se
à noite, de tal modo que comece depois do anoitecer ou termine antes da aurora
do domingo.
A
Quinta-feira Santa
A liturgia da manhã na
quinta-feira santa conhece primeiro e apenas uma reconciliação dos penitentes.
A seguir, poderá ser celebrada uma eucaristia.
Hoje a manhã da quinta-feira
santa o Vaticano II colocou algumas modificações. A benção dos óleos e a consagração
do Crisma são ocasião para reunir o clero em volta do Bispo. Assim, a
quinta-feira Santa se torna um dia sacerdotal onde os sacerdotes renovam as
suas promessas.
A tarde da quinta-feira
santa é um dia de Alegria, Amor e Gratidão. Recorda-se o exemplo de Jesus que
quis lavar os pés dos discípulos, num serviço de intensa humildade.
A
celebração da Quinta-feira santa hoje
As reformas litúrgicas, em
1955, já tinham reintroduzido, à noitinha, ou ao menos depois das 04 horas da
tarde, realizar uma celebração eucarística para recordar a instituição da ceia
do Senhor.
O
Vaticano II e a reforma:
-Alterou-se a oração inicial.
-A primeira leitura recorda a celebração da Pesha[1]
judaica.
-A segunda leitura conta-nos a ceia do Senhor
conforme o relato de São Paulo.
-O Evangelho relata a cena do Lava-pés dos
discípulos.
O
costume do Lava-pés, imitando o gesto de Jesus, era antigo na Tradição da
Igreja. A Reforma do Missal em 1970 tornou-o obrigatório em todas as
celebrações da Ceia do Senhor, constituindo parte integrante do gesto de doação
de Jesus, ato a ser recordado por todas as comunidades de hoje.
Por
que se desnuda o altar?
Contemplando o altar desnudo
(sem toalhas), vem à mente uma série
de coisas: a partir desse momento até a Vigília Pascal, não haverá missa. A
“grande missa” acontece agora no concreto da vida do cordeiro que vai ser
imolado. O Altar sem toalhas recorda Jesus que se despoja (Filipenses 2,6ss) e é despojado de suas vestes na cruz. O Altar –
mesa da Eucaristia – só será revestido de toalhas para a nova Ceia do
Ressuscitado.
A
sexta-feira santa (Celebração da morte do Senhor)
a)Formação e evolução:
A Igreja Antiga celebrava a
Sexta-feira Santa como comemoração da morte do Senhor. No século IV, ainda há
detalhes de como era essa celebração, pois, até esse tempo o centro da
celebração era a Liturgia da Palavra. Os fiéis não tinham acesso à Comunhão
Eucarística nesse dia.
A
celebração da Sexta-feira Santa hoje
A Reforma Litúrgica de Pio
XII, em 1955, introduziu a comunhão aos fiéis. O Vaticano II fez profundas
modificações nessa Liturgia. A Celebração foi fixada na parte da tarde pelo
ORDO[2] precedente. Por motivos
pastorais foi introduzido a ordem de se realizar essa celebração na parte da
tarde. Não há celebração, Missa, mas, apenas a Comemoração da paixão e morte do
Senhor.
Essa
atitude de respeito pelo jejum, abstinência, tristeza e silencio é feito na Esperança.
Pela morte veio a Vida; pelo fracasso aparente, a Salvação dos homens.
A celebração da Morte do Senhor consta de
leituras bíblicas e da narração da Paixão do Senhor. Logo após a liturgia da
Palavra, fazem-se as preces pela Oração Universal.
Seguem-se
a Adoração da Santa Cruz e a Liturgia da Comunhão. A Sexta-feira Santa é um
convite ao respeito e a simplicidade, recordando a Morte do Senhor.
Comemorar
a morte do Senhor é comprometer-se com o Cristo Verdade e Vida, que nos dá o
sentido do Transcendente e do Eterno.
Sábado
Santo
O Sábado Santo foi
considerado um dia sem liturgia, no qual não se celebra a Eucaristia. O fato de
não se celebrar a Eucaristia não era anormal no início do cristianismo, pois,
não era celebrada habitualmente. Havia, apenas, nesse dia o último exorcismo
solene feito pelo Bispo, conforme nos testemunha Hipólito de Roma.
No
tempo de Inocêncio III (+1216), a celebração da vigília vinha fixada em
detalhe, com 12 leituras. No século VII
a Vigília pascal tinha início na tarde de sábado, embora se esperasse a
noitinha para se celebrar a Eucaristia. As leituras começavam pelas duas da
tarde, havia a benção do fogo novo e o cântico do exultet.
A Origem e evolução do
sábado santo é trazido que a Igreja primitiva celebrava todo domingo como a
memória da ressurreição de Cristo. Não se tem nenhum testemunho sobre a
celebração num domingo preestabelecido como o dia da Ressurreição do Senhor,
antes do século II.
A
Didascalia[3]
dos Apóstolos nos dá detalhes desse costume: Na Sexta-feira e no sábado, o vosso jejum será total e não tomareis
alimento algum. Reuni-vos em comunidade, não durmais, vigiais a noite inteira
com orações, súplicas, salmos, a leitura dos profetas, do evangelho e dos salmos...
Até as três horas da noite que segue o sábado. Só então, cessará vosso jejum.
A
Celebração da Vigília Hoje
Antes da reforma litúrgica
de 1955, a primeira parte da liturgia era reservada quase ao clero e aos
ministros. Essa cerimônia tinha participação de apenas um grupo restrito de
fiéis. Após a reforma de Pio XII e do Vaticano II, essas celebrações foram
reformuladas.
A
celebração da noite do Sábado Santo abrange diversas partes:
1-
A celebração da Luz;
2-
A celebração do Círio;
3-
A liturgia da Palavra;
4-
A Liturgia Batismal;
5-
A Liturgia Eucarística.
1 A
Celebração da Luz:
É o início da comemoração da
Ressurreição do Senhor. Esse fato é a nossa vitória, garantia de nossa fé. As
cerimônias são um convite à alegria e a Esperança.
A
benção do fogo novo tirado da pedra é símbolo da Luz, da fé que procede de
Cristo, pedra fundamental da Igreja. Dele sai o fogo que ilumina e abrasa os
corações. É um costume que se originou na Gália, França e pretende ser um
sacramental substitutivo das fogueiras pagãs, que se acendiam no início da
primavera, em louvor da divindade Votan,
com a finalidade de se obter uma rica colheita.
O
círio pascal
O círio pascal provém do
costume romano de iluminar a noite com muitas lâmpadas. Essas lâmpadas passam a
ser símbolo do Senhor Ressuscitado dentro da noite da morte. Originalmente o
Círio tinha tamanho de um homem, simbolizando Cristo-luz que brilha nas trevas.
Todos
acendem suas velas no círio e a procissão entra pela nave da Igreja. O
Sacerdote canta ao acender o Círio. Eis a luz de Cristo! E o povo responde:
Demos graças a Deus.
Chegando ao altar, depois da
solene entronização e incensação do círio, o sacerdote entoa a proclamação solene da Páscoa, cantando o
exultet. As ideias centrais desse canto solene são
ideias tirados de Santo Agostinho e Santo Ambrósio. Canta as maravilhas da
Libertação do Senhor, vindo em socorro da humanidade e protegendo seu povo
eleito. É um canto de louvor, ação de graças a Deus pelas maravilhas operadas
na libertação do Egito. Esses fatos maravilhosos atingem sua plenitude pela
vida, morte e ressurreição de Jesus, única luz que ilumina todo homem que vem a
este mundo.
A
Liturgia da Palavra
A Liturgia da Palavra
abrange as leituras bíblicas, sendo duas do novo testamento, a Epístola e o
Evangelho. É uma alusão ao mistério de nossa libertação.
Por razões pastorais podem
ser omitidas algumas leituras, menos a que contém a passagem do Mar Vermelho,
pelo seu caráter de figura tipológica do Mistério Pascal. Para cada leitura há
um Salmo Responsorial e uma Oração. Após a sétima Leitura, que é a última do
Antigo Testamento acendem-se as velas do altar e o Sacerdote entoa o Glória in Excelsis, juntando com o som
festivo dos sinos da Igreja.
Após
a Primeira Leitura do Novo Testamento, o Sacerdote, ou coral, entoa solenemente
o Alleluia, quebrando o clima de
tristeza que acompanhava o tempo quaresmal. Esse canto solene, repetido, cada
vez mais alto representa a saída de Cristo da sepultura e a entrada solene no
mundo da Glória e da Luz dos céus.
A Liturgia Batismal
Após
a Liturgia da Palavra segue-se o Batismo de alguns fiéis perante a comunidade.
É o momento justo para a celebração do Sacramento do Batismo.
A apresentação dos
candidatos e o canto da Ladainha de Todos os Santos mostram a universalidade da
Igreja. A benção da água batismal é feita com o simbolismo do mergulho do Círio
Pascal na água, dando-lhe a força do Espírito Santo.
A renúncia do mal e a
profissão solene de fé dão um caráter participativo à comunidade. Quando não há
Batismo sempre se benze a água e asperge sobre toda a comunidade, enquanto se
canta um canto apropriado.
Liturgia
Eucarística
A Liturgia Eucarística com a
apresentação das Oferendas e a prece atingem o máximo da celebração pascal. O
Prefácio exalta o verdadeiro Cordeiro, que morrendo, destruiu a Morte e,
ressuscitando deu-nos uma Vida Nova. Toda a prece Eucarística é plena de
alegria, louvor e ação de graças, pois Cristo se faz presente pessoalmente e
não apenas nos sinais-símbolos.
A presença do Ressuscitado
se faz presença no Ósculo da Paz, recordando Jesus que se dirige aos discípulos
na tarde do dia da Ressurreição.
O Domingo da Páscoa
No inicio do cristianismo o Domingo de Páscoa
não tinha uma liturgia própria, porque a celebração pascal se desenvolvia até a
madrugada. Após a Reforma Litúrgica de 1955 e 1970, o Domingo passa a ser
considerado como uma festividade verdadeira e própria.
A celebração desse dia é
plena de alegria e esperança. As leituras são sempre as mesmas em todos os
ciclos anuais. A sequencia pascal mostra a emoção e a esperança da comunidade.
Jesus Cristo é o vencedor da morte. Ele rompeu as barreiras do tempo e do espaço.
Ele é um convite à nossa Ressurreição.
Em muitas comunidades os
fiéis não tiveram acesso ao tríduo Sacro e, por isso, Sacerdotes e toda a
comunidade precisam tomar consciência da unidade da Morte e Ressurreição de
Cristo como sendo um todo do Mistério Pascal.
BIBLIOGRAFIA
Pe.
Antonio Carlos de Oliveira;Pe José Luiz Majjela; Pe Luiz Carlos de Oliveira;Pe.
José Ulysses da Silva. Vivendo a Semana
Santa. Ed. Santuário. Aparecida, São Paulo, 1996.
Pe.
José Bortolini. Quaresma, Páscoa e
Pentecostes. Ed. Paulus, São Paulo, 2006.
IONE
Buyst; JOAQUIN Fonseca. Música Ritual e
Mistagogia. Ed. Paulus, São Paulo, 2008.
Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil/ Introdução geral do Missal Romano e Introdução
ao Lecionário. Brasília, Edições CNBB, 2008.
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
Tráfico Humano será tema de estudos diocesanos
Em comunhão com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a diocese de Criciúma, promove no dia 13 e no dia 15, o estudo sobre o tema da Campanha da Fraternidade 2014, “Fraternidade e Tráfico Humano” e lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1). Oprimeiro dia será realizado no Auditório da Paróquia São Donato, em Içara, e o segundo, no Teatro Célia Belizária, em Araranguá.
As atividades serão conduzidas pela Coordenação Diocesana de Pastoral, e contarão com a participação de padres, religiosas e leigos de todas as paróquias da diocese. A ocasião ainda terá a colaboração de profissionais ligados ao Ministério do Trabalho, Polícia Federal, Polícia Civil e representantes de organizações de combate a prostituição e ao uso e tráfico de drogas.
De acordo com os organizadores do estudo, nas duas ocasiões, os participantes poderão conhecer mais acerca da realidade regional e, no final de cada encontro, definir as prioridades de trabalho para o ano.
terça-feira, 21 de maio de 2013
A unidade dos cristãos
http://www.cnbb.org.br/site/comissoes-episcopais/ecumenismo/11967-o-que-deus-exige-de-nos-tema-da-semana-de-oracao-pela-unidade-dos-cristaos-2013
Catequese e Bíblia: Uma espiritualidade mariana
Catequese e Bíblia: Uma espiritualidade mariana: É tradição antiga na Igreja dar ao mês de maio um toque especial para homenagear nossas mães e também Maria , mãe do Mestre e de todos nós...
domingo, 7 de abril de 2013
sexta-feira, 29 de março de 2013
INICIAÇÃO CRISTÃ E CATECUMENATO
INICIAÇÃO CRISTÃ E CATECUMENATO
Pe. Domingos Ormonde
O tema do catecumenato interessa a todos
os que se dedicam à evangelização e especialmente aos catequistas. A Igreja de
hoje está redescobindo o catecumenato, uma prática pastoral dos começos do
cristianismo. No Ritual da Iniciação Cristã de Adultos, no famoso RICA, estão
não só os ritos da iniciação cristã como também as orientações básicas para organizar
um catecumenato. Importa conhecer o catecumenato mais de perto. Ele é
considerado o “modelo inspirador” ou “fonte da catequese pós-batismal”.[2]
Caminhada
A palavra “caminhada”, muito usada por nós hoje, ajuda
a entender o catecumenato. Usamos essa palavra quando nos referimos a alguém (adulto
ou jovem) que está chegando na Igreja e deseja mesmo seguir o caminho de Jesus
em comunidade. Percebemos que é fundamental que essas pessoas façam uma
caminhada inicial como nós próprios fizemos. Catecumenato é exatamente uma caminhada
inicial na fé, que acompanha a iniciação cristã e é organizada pela comunidade
cristã.
O
catecumenato é oferecido, em primeiro lugar, aos que se sentem chamados a ser cristãos,
a ter sua vida unida a Jesus e à Igreja, a comunidade de seus seguidores.
Usando nossa linguagem mais comum: essa caminhada é feita sobretudo pelos que
não são batizados. A entrada no catecumenato é o começo da iniciação cristã dos
candidatos ao batismo, através de ritos que veremos abaixo. Nele a pessoa
começa a ser discípulo do Senhor e membro da Igreja, aprendendo “a ter os
mesmos sentimentos de Jesus Cristo” e procurando viver “segundo os preceitos do
evangelho”.[3]
O ponto culminante dessa caminhada é a celebração dos sacramentos de iniciação
(batismo, crisma e eucaristia), preferencialmente na vigília pascal e em uma
única celebração. Veremos na próxima ficha que o catecumenato pode ser
oferecido também aos já batizados.
O começo de tudo
Podemos ter uma idéia de como
acontece essa caminhada na fé, de acordo com o ritual da iniciação. A proposta
é que ninguém entre direto para o catecumenato. Quando surge um simpatizante na
comunidade, este deve ser acolhido pelo catequista responsável e apresentado a
um introdutor que, pessoal e informalmente, vai ajudá-lo no caminho da fé. É
feito, então, o anúncio (ou o novo anúncio) do mistério de Cristo, de tal modo
que Cristo passe a ser o centro da vida dessa pessoa e de sua compreensão da
existência.
Não há duração determinada para
esse tempo de evangelização. Quando o iniciante demonstra um início de fé em
Jesus Cristo, mudança de vida, oração pessoal, ligação com membros da Igreja e
desejo de ser batizado, ele é considerado participante do mistério de Cristo
pela fé. Chegou a hora de ser reconhecido pela Igreja como iniciante na vida
cristã, ou seja, catecúmeno. Celebra-se a entrada dessa pessoa no catecumenato,
a primeira etapa da iniciação cristã.
Na celebração de entrada no
catecumenato os candidatos ao batismo fazem sua primeira adesão pública a
Cristo e, pela cruz marcada sobre todo o corpo, tornam-se catecúmenos. Pelo
rito de entrada na Igreja, são recebidos como membros da família de Cristo. Celebram
a palavra de Deus junto com a comunidade, como se fosse a primeira vez, e cada
um recebe uma bíblia como sinal do tempo novo inaugurado, tempo de escuta do
Senhor. O catecumenato pode ser compreendido como uma introdução na escuta da
palavra de Deus.
A breve descrição da entrada no
catecumenato e seus antecedentes dá uma idéia da riqueza do catecumenato. Para
exemplificar melhor, podemos lembrar os quatro “meios” básicos indicados pelo
RICA para realizar o “tempo de catecumenato”. Interessa perceber como no
catecumenato a formação acontece inseparavelmente unida com a prática da vida
cristã .[4]
Catequese unida à
liturgia e à vida
Como primeiro meio do catecumenato é
apontado pelo RICA a catequese, que não deve ser confundida como mera
transmissão de dogmas e preceitos. É preciso que a catequese ajude na vivência do
mistério de Cristo, do qual os catecúmenos desejam participar plenamente pela
iniciação. Para isso, a catequese deve ser distribuída por etapas, integralmente
transmitida, relacionada com o ano litúrgico e apoiada em celebrações da
palavra[5]. As
celebrações da palavra, inseridas nos tempos litúrgicos e com um elenco próprio
de leituras bíblicas, ajudam a assimilar os conteúdos da catequese (por exemplo
o perdão, a solidariedade...), ensinam
prazerosamente “as formas e os caminhos da oração”, aproximam dos
“símbolos, ações e tempos do mistério litúrgico” e introduzem “gradativamente
no culto de toda a comunidade”[6].
Conversão de vida
e acompanhamento pessoal
Um segundo meio do catecumenato é a
própria prática da vida cristã. Durante o tempo do catecumenato, como diz o
ritual, os catecúmenos “acostumam-se a orar mais facilmente, a dar testemunho
da fé, guardar em tudo a esperança de Cristo, seguir na vida as inspirações de
Deus e praticar a caridade com o próximo até a renúncia de si mesmos”. A
formação é compreendida como um “itinerário espiritual” de passagem “do velho
homem para o novo que tem sua perfeição em Cristo”, “uma progressiva mudança de
mentalidade e costumes, com suas conseqüências sociais”.
E
como isso é incentivado para não virar apenas uma intenção? Pelo exemplo e
acompanhamento pessoal de alguns membros da comunidade, sobretudo os “introdutores”,
indica o ritual. O ministério do introdutor continua durante o catecumenato.
Vida litúrgica não
só pedagógica
O terceiro meio de formação na fé,
privilegiado pelo catecumenato, é a própria participação litúrgica. Nem o
interessado que está chegando, nem o que já é catecúmeno, são levados
imediatamente a participar da liturgia da comunidade, especialmente a missa. Tal
participação deve ser gradativa, como apontado acima. A catequese sobre a
liturgia e as celebrações que a compõem são pedagógicas com relação aos
sacramentos de iniciação e à futura vida litúrgica. Mas não só.
Os ritos que acompanham o
catecumenato (orações de libertação do mal, bênçãos, unções, entregas,
celebrações de arrependimento) são uma ajuda da mãe Igreja na caminhada. Através
deles Deus age gradativamente purificando e protegendo os catecúmenos. Neste
sentido, os catequistas do catecumenato não são apenas instrutores, mas também
ministros da oração (em favor do grupo e de cada um individualmente) e
ministros da celebração da palavra de Deus.
Testemunho de
vida
O catecumenato inclui em sua
formação, segundo o RICA, um quarto meio: o aprender “a cooperar ativamente
para a evangelização e edificação da Igreja”. O catecumenato inclui o
aprendizado para a missão, mas não é ainda participação em uma pastoral
determinada. O ritual propõe aquilo que é fundamental e elementar na missão
cristã: “o testemunho da vida e a profissão de fé”; algo que é realizado no
meio em que se vive e trabalha e não exige preparação especial, apenas a
convicção da fé inicial.
Assim, com os três meios
indicados, realiza-se o tempo de catecumenato. Este é sucedido pela preparação
imediata, uns quarenta dias antes dos sacramentos: o tempo da purificação
iluminação. A iniciação cristã atinge assim o seu ponto culminante em uma única
celebração dos sacramentos de iniciação (batismo, crisma e eucaristia), cujo
prolongamento é o tempo da mistagogia.
A quem interessa
o catecumenato
Os catequistas de iniciação,
sobretudo, não podem deixar de conhecer o catecumenato e o RICA. Este será um dos
seus manuais para a realização do catecumenato batismal, e com as devidas
adaptações, o pós-batismal. Aqui estão incluídos os catequistas que se dedicam
ao prosseguimento da iniciação cristã inaugurada no batismo (preparação para a
primeira comunhão e para a crisma) e todos os que se dedicam à catequese nas
suas diferentes formas, e de modo particular à catequese de jovens e adultos.
O RICA tem muito a ensinar com
a sua proposta de catecumenato. Toda iniciativa catequética deve ter os
sacramentos de iniciação como referência fundamental, deve incentivar a
indispensável maternidade espiritual da comunidade cristã, deve ter suas raízes
na vigília pascal e em sua espiritualidade batismal, e possibilitar vinculação da
catequese com ritos, símbolos e sinais, especialmente bíblicos, além de constante
referência à comunidade cristã[7].
Perguntas para reflexão pessoal ou em grupos:
1.
Sua comunidade
tem catequese com adultos e jovens?Essa catequese é feita no estilo
catecumenal? O
que “sim” e o que “não”?
2.
O que você vê
como novidade no catecumenato? Poderia ser aplicado na catequese, de modo
geral?
sábado, 16 de março de 2013
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