segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Estudos da Sacrosanctum Concilium


Começaremos a estudar todo o documento Sacrosanctum Concilium em nosso Blog, confira:












A genêsis da Constituição situada em seu contexto histórico. A “Sacrosanctum Concilium”não é uma obra do acaso. É o coroamento dos esforços de empenhados liturgistas e pastoralistas oriundos do movimento litúrgico. É dentro do horizonte de compreensão de todo o dinamismo e riquezas das pesquisas teológicas e pastorais oriundas do Movimento Litúrgico, iniciados muitos anos antes do Concílio Vaticano II  e que, tomaria vulto, logo após a segunda guerra mundial, ultrapassando os limites da Europa, onde tinha nascido, é que podemos situar todas a riqueza e força dinamizadora da Constituição Sacrosanctum Concilium, que trata da reforma e incremento da Liturgia na vida da Igreja.
É preciso situá-la também no dinamismo do espírito que permeia o Concílio Vaticano II, muito bem formulado no primeiro número do proêmio da Constituião Sacrosanctum Concilium, originando o nome da Constituição.
O Sacrossanto Concílio propõe:
-fomentar sempre mais a vida cristã entre os fiéis;
-acomodar melhor às necessidades de nossa época as instituições que são suscetíveis de mudanças;
-favorecer tudo o que possa contribuir para a união dos que creem em Cristo;
-promover tudo o que conduz ao chamamento de todos ao seio da Igreja. Por isso, julga ser seu dever de modo especial da reforma e do incremento da Liturgia.
            O primeiro projeto do documento foi apresentado logo no início do Concílio, já em outubro de 1962, após a rejeição total do esquema sobre a Igreja. Debatido na 3ª à 8ª Congregação geral, foi ementado e votado pelos Padres Conciliares durante a segunda sessão do Concílio em 1963. Na 73ª Congregação Geral (22-11- 1962) o esquema foi aprovado por 2158 e 19 contra. Na sessão solene de 14 de dezembro de 1963, presidida pelo Papa Paulo VI recebeu apenas quatro sufrágios (votação) negativos e 2147 votos de aprovação, foi, então, promulgada pelo Papa Paulo VI como primeiro documento aprovado pelo Concílio Vaticano II.
a)    Sacrosanctum Concilium, fruto de 50 anos de esforços dos Movimentos Litúrgicos.
Estamos nas primeiras décadas do século XX, onde se percebe uma inquietude relacionada com a dinâmica do culto cristão que, pelas circunstâncias históricas, havia se tornado algo estático, profundamente jurídico rubricista, não correspondendo mais com os anseios de uma espiritualidade que buscava na liturgia sua fonte e seu alimento.
            Assim o Movimento Litúrgico nasce a partir de dois grandes paradigmas: o culto como fonte de espiritualidade cristã e uma busca de voltar às fontes, (no culto da Igreja dos três primeiros séculos).
            Os primórdios do Movimento Litúrgico. Os primeiros e decisivos passos nessa nova linha foram dados, sobretudo na Bélgica, berço do Movimento itúrgico. Encontrando seu nascimento num ambiente monástico de Maredsous e de Mont-César (Lovaina). Pode-se determinar o dia em que este movimento litúrgico deixou de ser uma corrente clandestina, para se tornar visível e reconhecível aos olhos de todos. Tudo o que se seguiu não foi mais do que o desenvolvimento consequente desse início feliz.
            Trata-se do dia 23 de Setembro de 1909, com o Congrês National des Ouvres Catholiques em Malines (Bélgica)
            Pode-se afirmar que, tudo o que se seguir posteriormente, até o começo da primeira guerra mundial, nada mais senão o desenvolvimento deste feliz início, que se afirmava cada vez mais, por meio de intensa atividade relacionada com a atividade com a liturgia na Bélgica. Vai nascer e se intensificar cada vez mais as famosas “Semaines et conférences liturgiques”, promovidas pelos monges da abadia de Mont- César e com o aparecimento das grandes revistas litúrgicas.
            O movimento estendeu-se também para a Alemanha, nas abadias de Beuron e Maria Laach, onde se encontraram o abade Herwegen e seus monges Mohlberg e Odo Casel, com o sacerdote ítalo-alemão Romano Guardini que, a partir de 1918 farão surgir as grandes coleções de estudos relacionados com a liturgia, dentre essas coleções destaca-se a Eclesia orans.
            A França, onde o movimento litúrgico nascido na Bélgica, encontra o seu primeiro impulso, este movimento deu nascimento a trabalhos científicos de relevante valor que alcança até nossos dias. Com os monges de Solesmes, as grandes publicações como Dictionaire d’Archéologie et de Liturgie (DACL 1907-1953) É na França que vai existir o empenho prático-pastoral dos estudos litúrgicos, como a famosa enciclopédia liturgie de R, Aigrain.
No ano de 1943 nasce o Centro de Pastoral Litúrgico (CPL), onde convergem homens de acentuada personalidade e experiência, provenientes do clero secular como do clero religioso, animados por um fecundo dinamismo. Eles serão os que darão início a valiosas obras, tais como, a revista La-Miason-Dieu,que logo adquiriu fala mundial, chegando até nossos dias,a coleção de estudos do CPL, que logo se tornaria CNPL que funda o Institut Superieur de Liturgie, junto ao Institut Catholique de Paris, visando preparar mestre na ciência litúrgica, com uma orientação essencialmente teológico-pastoral da Liturgia.
É em nome da Liturgia que agora França e Alemanha, duas nações marcadas por rivalidades, iniciam uma mútua colaboração e ação comum, que resultará nos encontros litúrgicos internacionais, que adquirirão importância cada vez maior: Maria Laach, Lovaina, Montserrat, até chegar no ano de 1956 com grande Congresso Litúrgico-pastoral de Assis, contando com apresença do Papa Pio XII.
                      
 Continuaremos...








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